quinta-feira, 17 de julho de 2014

VAMOS TOMAR UM CAFÉ?


Cuidado, mocinha desavisada. Abre o olho, rapaz bonzinho que não desconfia de nada. O novo manual de etiqueta dos relacionamentos fugazes foi revisto e ampliado este ano, e pode ser que você esteja por fora das atualizações.
Tá sabendo da novidade?
Tá a par de que, quando aquela figura do outro lado da tela faz convite prum café, isso significa que, na verdade, ela está querendo dizer (e fazer) outra coisa?
Ou você achou mesmo que ele queria tomar café?
Não, xuxu. O “vamos tomar um café” é o novo “quero te comer todinha” – ou, no caso daquela fofa que te chamou prum cappuccino à tarde, “quero te dar bem gostoso hoje”.
Primeiro que ninguém gosta de café tanto assim.
Sim, você sabe diferenciar um latte dum curto de olhos fechados, e ninguém no mundo tem tantas cápsulas de Nespresso em casa quanto você. Beleza. Só que, mesmo assim, mesmo com todo esse expertise, era bom você tomar cuidado na hora de sair propondo xicrinhas por aí.
Ela pode te entender errado, e esperar de você muito mais que um descafeinado sem compromisso.
No manual, tomar café é eufemismo com adoçante.
Diz o que ninguém tem culhão de dizer na lata, e ajuda os mais tímidos a levar pro sofá do Starbucks o objeto de desejo sem precisar abrir o jogo com honestidade.
A amiga do seu namorado mandou Whatsapp pra ele convidando pra um café? Abra o olho, minha querida, porque um espresso é a última coisa que ela quer dividir com seu amado.
Menos mal seria se ela tivesse falado “vamos tomar um chope”.
Juro.
Não tema o happy hour, bonita, libere-o sem medos, não há qualquer risco de traição. Diga pode ir, meu amor, deixe-o chafurdar na cevada, no lúpulo, na pinga, na cachacinha de tonel.
Nestes tempos loucos em que vivemos, a cerveja se transformou numa das coisas mais inocentes de todo o cardápio sexual.
Mas o café, ah, pro café abra o olho, fique esperta, e já pense em contratar um detetive.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Meu luto hoje Debuta

Vamos voltar a 15 anos? Pois é, quanta coisa mudou... Como eu mudei, quanta coisa aconteceu....
Eu tinha apenas 14 anos, era sábado, tinha jogo do Brasil, como me recordo dos detalhes!
Era aquela garota quieta, tímida, cheia de sonhos ate aquele dia. Achava que o mundo estava ótimo.
Estudava, escutava musicas, lia meus livros (como sempre), um pouco ante social pra minha idade, isso também decorria da timidez, naquela época nem pensaria em escrever, a timidez me consumia e um amor muito grande no coração, sem ódio, rancor ou dor...
Ate que aconteceu um boowwm na minha vida e na vida de muitos.
Hoje meu luto debuta, 15 anos sem meu primo/irmão...
Talvez você pense estou lembrando disso somente hoje, por que e a data que ele faleceu! Não eu me lembro dele todos os dias durante esses 15 anos.
Me recordo do ultimo dia de vida do Marquim, como se fosse ontem, ele na minha casa, cantando uma musica do Natirutis, falando que no outro dia levaria a namorada dele para que conhecermos. Tudo muito normal, ate então.
Mas, ao anoitecer chega a noticia “Marquim foi baleado!”, o desespero tomou conta de todos, e ai quem fez isso? O primo dele! Um choque maior!
Eu que era uma menina de 14 anos, que convivia diariamente com esse primo/irmão, fiquei sem saber o que fazer ou falar. So vi todos da minha casa correndo eu ficando sozinha com minha dor, meu medo.
Até que chega a segunda noticia “Marquim veio ao óbito!” ai o desespero tomou conta de mim...  Até posso dizer que ainda esse desespero toma conta do meu ser...
Acho que por isso quando falo nele, como agora começo a chorar, as pessoas tem mania de achar que todo amor de uma mulher por um homem ou vice versa, tem que ser “carnal”, mas o meu é e sempre será de um irmão mais velho. Acho que nunca ninguém entendeu isso, que ele meu irmão!
E assim aquela menina doce, amável, tímida,  se tornou outra pessoa, descobri o ódio, rancor, vontade de fazer coisas que nunca imaginei, tudo isso oriundo da dor que vem do meu coração, não posso dizer que isso não existe mais dentro de mim, seria uma grande mentira. Aprendi a camuflar alguns sentimentos  e desejos.
Não sou mais aquela doce garota cheia de ideais, filosofias lindas... Agora sou aquela mulher que sofreu e sofre cheia de ideais bizarros, filosofias perversas.
Há quem diga que tenho um bom coração, ate pode ser, ainda amo as pessoas que estão do meu lado, aprendi com essa dor a fazer e protege-las com que eu tenho. 
Você pode olhar pra mim e ver uma pessoa do bem, não estou dizendo que sou má, só aprendi que a perca de um alguém amado como eu perdi, ensina a você ser malicioso, estratégias talvez más...
Médicos, psicólogos, psiquiatras já cansaram de olhar pra essa cara e dizer você não tem nada... Eu tenho uma coisa pra dizer, eu tenho sim, dor muita dor... Isso me faz mau, me faz ficar doente, mesmo calada coroe meu interior, me mata aos poucos.
15 anos se passaram e eu aqui continuo lembrando do meu irmão que se foi... Do irmão que me tiraram, do irmão que não viu minha evolução, alias em partes péssima, por que odeio e rancor ajudou a moldar quem eu sou hoje em dia.

Tantas pessoas sofreram e sofrem com essa partida inesperada, tantos sonhos se perderam no caminho. Todos seguiram suas vidas, por que não pode parar, eu queria parar, não queria mais viver, às vezes certas coisas acontecem na nossa vida que viver não faz mais sentido, “levamos com a barriga”, ate que um dia você aprende a lidar com situação, aprende a esconder sua dor, magoa... Assim sou eu, escondendo meus sentimentos ruins de todos, aprendi a camuflar muita coisa, mas as vezes eu perco a paciência, mas ninguém entendi, as vezes choro, e ninguém sabe o por que... Não sabe o que eu carrego no peito, não sabem o que eu tenho que esconder, não sabe a vontade que eu tenho... Talvez isso explique por que tantas vezes pensei em suicídio.
As vezes quando choro quero só um abraço, não quero questionamentos, por que esta assim?  Para com essa choradeira boba! São as coisas que escuto, não queria escutar nada so queria ou quero um abraço que me faça sentir que eu estou viva. Por que esses questionamentos, indagações, conclusões precipitas só que deixam pior.

Queria ser uma pessoa normal, sem esses sentimentos perversos que me assombram hoje, queria ser igual aquela adolescente antes do dia 03 de julho de 1999, mas a vida não é como queremos. Não posso garantir nada a ninguém, por que não controlo meus sentimentos, minhas emoções.