segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Você já se olhou no espelho algum dia é perguntou quem é você?

Acho que muitos de nós nunca fizemos isso.  Todos os dias nós convivemos com pessoas diferentes, não somente na maneira de pensar e agir, mas com propósitos diferentes.

Eu vejo muitas pessoas boas, de coração enorme e cheio, mas também vejo pessoas de corações triste e vazios.

Essas pessoas de coração triste e vazio nunca se olharam no espelho, nunca param e pensaram quem elas são.

Elas somente querem olhar na sua cara é dizer que é melhor que você,  é superior, sempre quer te humilhar.

É você sempre fica na sua observando essas pessoas e imaginando o quanto ela deve ser só, às vezes penso que elas precisam de um simples abraço para aliviar essa coisa que elas sentem pra quem sabem olharem no espelho e verem que não são superiores...

Que um dia eles vão precisar das pessoas que eles julgam ser uma nada, um ninguém. E se essas pessoas já estiverem fartas delas? Já estiveram querendo distancia? O que fazer? Eu queria uma resposta, juro pra vocês que não sei o que dizer ou que fazer, só estou farta, cheia, com ânsia de vômito disso...

Só sei que estou cheia dessas pessoas, alias posso perceber no olhar de muitas pessoas que elas sentem o mesmo que eu, nem precisa perguntar!


Eu espero num dia ver essas pessoas bem de verdade, por que agora elas não estão bem, por que amargura não faz bem a ninguém. 

Quero ver elas felizes, compartilhando bondade, sorrisos sinceros, um bom dia verdadeiro, uma vida de verdade e não de ilusão.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

QUER SABER POR QUE HOMEM NÃO FICA DEPRIMIDO? TEMOS MUITO QUE APRENDER COM ELES…

As mulheres são infinitamente mais noiadas do que os caras. Fato. E é fácil de entender o motivo quando a gente se depara com uma listinha dessas, passada em correntes do whatsapp entre os machos. Diz muito sobre como a mulherada faz um bocado de coisas sob pressão e como seria bom se a gente pudesse, enfim, aprender umas coisinhas com eles. A vida ficaria mais leve, com certeza. Então, vamos lá... veja algumas razões pela quais a galera da testosterona fica menos deprê do que as mulheres. E como ainda há tanta coisa a ser mudada na forma com que o feminino se vê e é visto.
● Não engravidam.
● Os mecânicos não mentem pra eles.
● Nunca precisam procurar outro posto de gasolina para achar um banheiro limpo.
● Rugas são traços de caráter.
● Barriga é prosperidade!
● Cabelos brancos são charme.
● Ninguém fica encarando os peitos deles quando estão falando.
● Os sapatos não lhes machucam os pés.
● As conversas ao telefone duram apenas 30 segundos.
● Para férias de 5 dias, precisam apenas de uma mochila.
● Se outro aparecer na mesma festa usando uma roupa igual, não há nenhum problema.
● Cera quente não chega nem perto.
● Ficam assistindo à TV com um amigo, em total silêncio, por muitas horas, sem ter que pensar: "Deve estar cansado de mim."
● Se alguém se esquece de convidá-los para alguma festa, ainda assim vai continuar sendo seu amigo.
● Sua roupa íntima custa no máximo 20 reais (em pacotes de 3).
● Três pares de sapatos são mais do que suficientes.
● São incapazes de perceber que a roupa está amassada.
● Seu corte de cabelo pode ser o mesmo durante anos, aliás, décadas.
● Os shoppings não fazem falta para eles.
● Se um amigo chamá-lo de gordo, careca, bicha velha etc, isso não abala em nada a amizade deles. Aliás, é prova de grande amizade.
● Podem comprar os presentes de Natal para 25 pessoas, no dia 24 de dezembro em, no máximo, 25 minutos!
● Para um churrasco, precisam de carne, sal grosso, uma faca, uma tábua e, no máximo, uma bermuda para limpar os dedo.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

PARA DE SE EXPOR NO FACEBOOK, AMIGA

Não me importo em saber detalhes da infecção urinária recente, dos hábitos de higiene da família e colegas de quarto, nem mesmo de preferências sexuais referentes ao cara que pegou você esta semana. É tudo excesso de informação, claro, mas são coisas com as quais consigo lidar.
Mas essa sua mania de chorar publicamente os pés na bunda devo admitir que me dá nos nervos.
Pra quê tanta exposição, meu Deus? Aonde queremos chegar?
Já no primeiro post nas suas redes sociais ficou bem claro que o amor da sua vida foi-se embora. Juro que lamentei, mesmo sem conhecê-lo, justamente porque via que de alguma forma ele te fazia feliz. Só que aí, amiga, foi quando você começou a publicar 14 vezes por dia mensagens que você finge que são cifradas e que eu finjo que acredito, e que, poxa, primeiro que dão no saco, segundo que cadê seu amor próprio, deve ter ido embora junto com ele.
Não pode.
Óbvio que Facebook, Twitter e afins não são lugar só pra júbilo e contentamento. Eu mesma vivo me queixando da vida em posts fartos de autopiedade e sem um pingo de cautela. Mas o que nos diferencia aqui é que, enquanto eu tô lá fazendo piada comparando a lancheira podre do meu afilhado com a da filha da Bela Gil, culpando o fato de eu ser uma madrinha desleixada pela má alimentação do menino e ai ai ai coitada de mim mesma blábláblá, Você está aí arregaçando o coração pra que todo mundo veja.
E, por mais que sua lista de amizades anuncie 700 indivíduos, é importante que você se lembre de que nem 10% deles são seus amigos de verdade. Cabem nos dedos duma mão os que vão passar a mão no telefone para oferecer ajuda ao ler sua última postagem dizendo que “não tá fácil ser eu neste momento”.
Os outros - que nem seu número têm, que dirá empatia pela sua dor – vão apenas dar um like e partir pro próximo assunto. No máximo, vão sentir dó. E, amiga, há poucas coisas mais deprimentes nesta vida do que ser motivo de pena de alguém.
As tentativas desesperadas de suprir o buraco aberto pelo fim do relacionamento viram, com suas diárias sugestões de pauta, tema de debate nas rodas de amigos próximos, que vão comentar entre si sobre o fracasso da sua união.
Se isso ainda conseguisse trazê-lo de volta, não é mesmo?
Mas não vai, e você já sabe disso. Assim como já sabe que, de bom mesmo, virar assunto na mesa de bar não traz é nada, exceto julgamentos que te deixam nua e pronta para ser queimada viva.
Lugar de curar dor de amor, minha flor, é no consultório da terapia. Ou em casa, refletindo e olhando pra dentro. Se for pra contar pros amigos, que seja numa conversa franca e particular, sem curtidas ou compartilhamentos.
Autoconhecimento é o único caminho para superar um coração partido, e isso não tem nada a ver com o número de joinhas e carinhas de triste que um post no Facebook consegue.
Campanha por mais atividades que tragam alegria e por menos nudez emocional nas redes sociais. Por mais deixa o tempo passar e por menos lutar contra o inevitável. É esta a fórmula mágica da cicatrização.
A fórmula que, quando você menos esperar, amiga, vai te fazer operar milagres. Tipo trocar aquela foto falseta do perfil, em que você aparece fingindo que superou, por um retrato lindo com um sorriso de verdade, daqueles sorrisos de quem é, e não de quem só parece ser.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

5 SUPER-HEROÍNAS QUE MERECIAM MAIS DESTAQUES NAS HQS

Quando se fala em super-heroína, qual a primeira que lhe vem a mente? Mulher Maravilha? Viúva Negra? Batgirl? Já faz um bom tempo que as personagens femininas tem ganhado espaço no mundo das HQs e, mais recentemente, no cinema.
O filme da Mulher Maravilha, com Gal Gadot, já está devidamente marcado, bem como Capitã Marvel, do estúdio concorrente. E claro, a Viúva Negra da Scarlett Johansson chuta muitas bundas desde sua estréia no Universo Compartilhado Marvel.
Mas nem só de DC Comics e Marvel é feita a indústria dos quadrinhos. Acompanhe outras 5 super-heroínas que merecem um destaque maior – quem sabe até uma adaptação cinematográfica.

LORD FANNY
Nascida Hilde Morales, no Brasil, Lord Fanny se tornou uma super-heroína da DC Comics no fim da década de 90. Neto de uma poderosa bruxa, Hilde teve o sexo alterado pela própria avó, uma vez que homens não são capazes de herdar as habilidades mágicas de sua linhagem.
A personagem teve um histórico com prostituição antes de se tornar uma heroína integrante da equipe Os Invisíveis. Com poderes mágicos incríveis, Fanny ganhou destaque dentro da editora.


PRIYA
A graphic novel Priya’s Shakti, de Ram Devineni, Lina Srivastava e Dan Goldman, conta a história de uma mulher indiana que foi estuprada e se tornou super-heroína após o incidente.
Acusada pelos anciões de sua vila de ter provocado os estupradores, Priya fugiu para a floresta, onde foi abençoada pela deusa Parvati, que entrou em seu corpo para se vingar dos estupradores. E isto é só o começo. A trama ainda envolve outros deuses indianos em uma mitologia riquíssima. A HQ foi inspirada no caso de uma estudante que morreu após sofrer um estupro coletivo em um ônibus na Índia.

ALANA
Alana é uma extraterrestre da revista em quadrinhos Saga, de 2012. Vencedora de um prêmio Hugo de ficção cientifica, a HQ trata de um casal de duas raças opostas que se vê em meio de uma guerra intergalática. Alana se vê no meio deste conflito ao se casar com Marko. Seus dois hobbies preferidos são livros e sexo, e ela é capaz de qualquer coisa para salvar a filha. A HQ chegou ao Brasil no ano passado.

QAHERA
Qahera é uma webcomic produzida por Deena Mohamed, uma jovem egípcia de 19 anos. A trama acompanha Qahera, uma super-heroína muçulmana que combate o assédio sexual e outras violências contra a mulher em seu país de origem. A personagem não tem poderes, mas manipula uma espada como ninguém, além de ser uma mestre de lutas. A série, que começou como uma brincadeira entre amigos, logo se tornou um fenômeno mundial.

THOR
Em 2014 a Marvel causou muito alvoroço ao anunciar que o herói Thor seria agora uma mulher. Mesmo sendo muito criticada, a nova super-heroína arrasou nas vendas e se tornou um sucesso e, inclusive, ultrapassou o antecessor no número de vendas. Recentemente, a identidade secreta da heroína foi revelada como sendo Jane Foster, ex-namorada terráquea do Deus do Trovão, interpretada por Natalie Portman nos filmes do MCU.






terça-feira, 25 de agosto de 2015

DA ARTE DE ESCREVER PARA SER LIDO

Nesse mundo contemporâneo cibernético, todo mundo tem uma opinião e todos querem expressá-la. A preocupação em se fazer claro parece estar ficando para um segundo, terceiro plano. E o respeito também. Ofensas e preguiça parecem ser a bola da vez - “porque é o que eu acho e pronto, se não concorda, dane-se!”. Ouvir o outro, argumentar, ou defender sua ideia deram lugar às ofensas, pré-conceitos ou simplesmente um mórbido silêncio. Mas será que é sempre assim?



De que adianta todo rebuscamento se, no fim, justifica-se a falta de argumentos dizendo-se com preguiça para esclarecer as ideias declaradas? Se há fé no que se defende, por que a preguiça em defender sua tese? Dizer que não vale a pena explicar para quem não quer entender seria ato falho - sou toda ouvidos! Mas ninguém me responde e sou obrigada a aceitar desculpas vãs.
Se escrevo para ser lida, penso que o mais importante é fazer-me clara. Ideias subjetivas precisam ser explicadas; palavras ambíguas, contextualizadas; frases sub-reptícias, desmembradas. O mesmo serve para o discurso de quem quer ser ouvido. E entendido. Não importa se você está escrevendo um comentário em uma rede social, em um blog, em um site, ou em uma folha de papel! Argumentar sob a ótica da retórica serve apenas a políticos. Eles falam às massas, e as massas, por si, são ignorantes. Eu? Quero que as massas se individualizem se personalizem, se eduquem, se confraternizem, para, então, massificarem-se novamente. De qualquer forma, já não serão mais um aglutinado moldado ao bel prazer de algum manipulador de discurso inócuo; mas um conjunto de indivíduos que se complementam e se unem para um bem maior, um bem comum.

“Fazer o bem, sem olhar a quem.” O pré-julgamento, muito mais comum do que pensamos, é apenas a chave para abrir a porta do pré-conceito. E o preconceito meus caros, ainda é a mais mortal doença do nosso mundo... Mas o que isso tem a ver com escrever? A partir do momento que expomos nossa opinião acerca de algo/alguém, estamos influenciando (ou não...) diversas opiniões. Portanto, a responsabilidade é inerente àquele que, de qualquer forma, se expressa. Assumir essa responsabilidade não passa pela cabeça da maioria das pessoas que falam e escrevem milhares de besteiras. Besteiras? Como julgar que são besteiras?

São duas perguntas e ainda nenhuma resposta, vocês dirão. Portanto, segue: se você considera uma opinião como besteira antes de analisá-la, há um preconceito de sua parte. Primeiro há de respeitar a ideia alheia e só então defenda a sua, com argumentos. E sem preguiça.
O comportamento intolerante com relação ao outro é cada dia mais nítido em nosso convívio social. Quem não respeita o espaço do outro, em algum momento, também deixará de ser respeitado. E vai reclamar! E vão discutir! E ninguém vai ganhar... Quem é o errado: o que desrespeitou primeiro, ou o que foi intolerante? Ambos. Portanto, nesse nosso novo mundo de amizades, pesquisas, contatos, diálogos e traumas cibernéticos (e físicos), o respeito e a tolerância com a escrita e o texto alheio fazem-se urgentemente necessários! O desleixo gramatical e ortográfico mostra que o mais importante é colocar sua opinião - mesmo que ela não fique clara para o outro. Você se expressou, é o que importa. O outro que vá plantar batatas...

“Ao vencedor, as batatas”. Queremos ser compreendidos, mas não nos esforçamos para ser claros. Queremos ser respeitados, mas não respeitamos. Queremos receber, mas tem sido cada vez mais difícil dar... Que coisa triste! Mas júbilo! Não é sempre assim! “Mais amor, por favor” e nossas palavras podem ser mais leves para que nossas ideias possam ser defendidas, não impostas; para que nosso ponto de vista possa ser compartilhado e, talvez, consigamos um adepto - ou nos rendamos a outra opinião. Não somos seres engessados e não podemos nos render à preguiça de compartilhar e enriquecer nosso conhecimento. É assim que evoluímos que nos tornamos pessoas melhores.
Textos são para serem lidos, sejam situações reais ou fictícias, sejam comédias da vida privada ou estórias inventadas; por isso a ambiguidade e a intolerância devem passar longe. Quanto mais opiniões, melhor, assim enriquecemos o seu, o meu, o nosso vocabulário! Vamos trocar intercambiar, mesclar, miscigenar as ideias! Aprender, ensinar, passar, repassar, resgatar, rememorar! O que nos faz bem pode fazer ao outro também! O que não nos convém, não vale o compartilhamento.


Tenho lido muita coisa boa, muito “mais do mesmo” e muita coisa à toa. Em todo tipo de leitura, há o bom e o ruim. Respeitar isso nos abre espaço para pensar e avaliar se devemos julgar ou analisar; condenar ou tentar entender. Empatia é uma dádiva. Uma história nunca tem um lado só, cada protagonista tem seu ponto de vista, sua opinião. Generalizar, amalgamar, dificilmente são as melhores opções. Da mesma forma, acreditar que o seu ponto de vista, que a sua opinião é a única que importa que seja a lei correta, parece indicar que é hora de rever os seus conceitos. Se as justificativas possuem lacunas, repense-as; o que justifica preenche as dúvidas, pode até suscitar outras perguntas, novas porém. Arriscar-se entre palavras requer coragem, mas antes de tudo, preparo. Quantos despreparados encaramos todos os dias! Estejamos nós preparados para que possamos ensinar ou aprender algo de bom.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

EU SOU VOCÊ AMANHÃ: A INTERNET FAZ PIADA COM AS FAMOSAS

A Internet é maravilhosa! Quando o povo resolve gastar o tempo para se divertir e arrancar risadas não tem quem segure. 

A postagem do dia, que não deixa de alfinetar essa mulherada que perde a noção na hora de se botocar, faz uma brincadeira com a imagem que as pop stars de hoje terão daqui a alguns anos, usando, claro, figuras tão famosas quanto elas.
O melhor da montagem: Cher, que continuará sendo Cher, aquela que não envelhece jamais!

sábado, 11 de julho de 2015

TÃO BONITA ASSIM, NÃO PODE SER INTELIGENTE. O MITO DO FÚTIL AO REDOR DE MARILYN MONROE

Uma mulher culta? Leitora voraz? Escritora? 
Mas não era um símbolo sexual? Só um bichinho bonito?

Com 36 anos de idade Marilyn estava tão cansada disso que morreu. Os problemas de Norma Jean (seu verdadeiro nome) sempre foram muito sérios, mas o problema maior talvez seja o fato de que nunca a tenham levado a sério, como muitos fazem até hoje.

Nem todo mundo que cercava Marilyn era ruim, mas no geral, ela esteve desde muito nova, atirada a um ninho de cobras, tentando abrir caminho por um mundo masculino. Sempre com o peso de provar que não era só isso, que não eram só aquilo, que era uma atriz e não só a moça bonita que fazia charme para as câmeras. E ouviu tantas barbaridades, até mesmo das pessoas que escolheu para amar, que não sabia mais como colocar a si mesma nesse mundo cruel, duvidava de si, insegura, estava perdida e sorria como quem se desculpa.
E quem poderia culpar alguém na posição dela por perder a fé em si, quando afinal é conhecido de todos, é muito mais fácil acreditar nas coisas ruins que ouvimos, do que nas boas.
Mas ainda hoje se pergunta, como um grande mistério: de que ela morreu? Ela tinha tudo, por que se mataria? E dizem muita coisa, como fraqueza, fragilidade e principalmente futilidade... Já que também, é outra coisa conhecida, que quem morre deve uma explicação pra quem fica não se pode simplesmente morrer, principalmente alguém como Marilyn.
Passando os olhos pela história de Marilyn, tem-se a impressão de que dela devia se sentir muito especial, sempre ouvindo elogios e sendo admirada, mas não era bem assim, pelo menos não eram assim que ela se sentia.
Ela mesma disse: Ninguém nunca disse que eu era bonita quando pequena. Toda menina deveria ser chamada de bonita, mesmo se elas não sejam.
Marilyn nasceu como Norma Jeane, em 01 de junho de 1926, em Los Angeles. Sua mãe era uma doente mental. No curto período que passou ao lado da menina, numa casinha com um piano branco que ela deu a Norma Jeane, ela estava em pânico; acreditava que indivíduos hostis iam irromper pela casa e levar tudo embora.
Pelo menos dois abusos sexuais são conhecidos dos biógrafos de Marilyn, um sofrido aos 7 anos e o outro aos 11. Em ambos, ela foi vítima de integrantes mais velhos das famílias adotivas com as quais conviveu. Confiar e construir relacionamentos nunca seria o forte de Marilyn. No fim, ela viveu com onze famílias diferentes. E depois de tudo, talvez ela tivesse quase a certeza de que seus amados a machucariam, ou iriam embora.
Não era simplesmente esquecer tudo isso e ser Marilyn, apenas Marilyn. Ela disse: Marilyn só existe nas telas, fora delas sou Norma Jeane.
Sou do interior.
Norma Jeane se casou aos 16 anos com seu primeiro marido, Dougherty, que a traiu logo em seguida. E após isso, ela datilografa páginas de reflexão sobre o caso, que só poderia ter vindo de uma mente perspicaz, de uma cabeça pensante, muito madura para a idade.
Os homens não me veem, apenas me olham, disse ao psicanalista, já perto do fim de sua vida.
Seus problemas sempre foram muito sérios, ainda assim, era frenquentemente acusada por diretores e colegas de trabalho, como John Huston, que a dirigiu em “The Misfits”, de ser uma neurótica suicida, uma vadia. Foi chamada de fresca nos sets de filmagem quando estava muito doente. Tentava fazer o que amava e esbarrava na frieza do mundo de negócios, nas pessoas tantas em quem não podia confiar na falta de amor.
O livro “Fragmentos – Poemas, anotações íntimas e cartas de Marilyn Monroe”, lançado no Brasil pela Tordesilhas 2011, reúne as anotações e os poemas de Marilyn. Ela costumava escrever em qualquer pedaço de papel que achasse pela frente, guardanapos avulsos, cadernetas e agendas, que enchia com suas angústias.
E ela diz:
Socorro, socorro. Socorro. Sinto que a vida está chegando mais perto quando tudo o que quero É morrer.
A descrição do livro começa da seguinte forma: “Pouca gente sabe, mas a atriz norte-americana Marilyn Monroe, símbolo universal de beleza e sensualidade, era uma leitora ávida...”
Ela chegou a mostrar alguns de seus textos apenas para amigos muito íntimos, e chegou a ser aconselhada a escrever mais, quem sabe um livro. Após sua morte, em 1962, tudo que escreveu foi deixado ao seu amigo Lee Strasberg. Quando ele morreu, em 1982, a herança parou nas mãos de Anna Strasberg, sua esposa, que buscou os organizadores para ajudá-la a dar um destino ao material.
Ao pegar o livro na minha estante alguém disse: Ela escrevia? Achei que era só um bichinho bonito.
O vendedor na livraria disse: Você acredita mesmo que ela lia? Pra mim ela era uma poser com todos esses livros na mão. James Joyce? Duvido.
Marilyn buscava uma verdade, algo de bom no mundo, apesar das decepções, queria ser realista: "É melhor conhecer a realidade ou as coisas como são que não conhecer e é bom ter o mínimo possível de ilusões"
Marilyn se frustrou se anestesiou, se dopou e exagerou. A conclusão da causa de sua morte foi suicídio.
Oh droga queria estar morta – absolutamente inexistente desaparecida daqui – de todos os lugares, mas como eu conseguiria Sempre existem pontes...
Marilyn estava em evidência, em tempos ainda muito difíceis para as mulheres, anterior à queima dos sutiãs de 1968, anterior a muita coisa e se sentia extremamente só.
Sozinha. Eu estou sozinha. Eu estou sempre sozinha não importa o que aconteça.
Mas sem dúvida ela não foi a única a ser tachada por homens como histérica, neurótica, ou vadia, apenas por ser dona de uma beleza exuberante, ou burra, pelo mesmo motivo. Tão bonita assim, não pode ser inteligente. Quem nunca ouviu isso? Ouvimos muito até hoje, se não somos mais tachadas especificamente como inferiores aos homens, ainda somos como fúteis compradoras de sapatos, fragilizadas e sentimentais, propensas a rompantes e crises, menos eficientes. Todas ainda sujeitas ao mito do fútil.
Precisamos nos desmitificar como muitos tentaram, lealmente, desmitificar Norma Jeane do mito do fútil e dar a ela a justiça de poder sofrer, estar doente, sentir medo, ser humana apesar de ser Marilyn.
Como ela escreveu: Para a vida É uma determinação e tanto não me sentir sufocada.

E ainda lhe devemos o crédito, de apesar de tudo isso, ter conseguido o que conseguiu nas telas, como eles costumavam dizer: quando Marilyn acertava a cena, você não queria olhar pra ninguém mais.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

PESSOAS ESTRELAS E PESSOAS COMETAS


"Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." - Antoine de Saint-Exupéry. (O Pequeno Príncipe)

Existem alguns acontecimentos que desejamos que permaneçam pra sempre. Desde aqueles que são sinestésicos, como a alegria de um dia de aniversário ou o acordar numa manhã de natal; como também existem acontecimentos que foram feitos apenas pra serem curtidos em sua brevidade, sendo apreciados e não necessariamente trazendo consigo o desejo de ser pra sempre. Observados como o ir e vir majestoso do sol, um bebê brincando livremente, a paisagem mudando vista pela janela do carro durante uma viagem de férias... Todos proporcionando boas sensações sejam com desejo de serem pra sempre ou apreciados de fato como momentâneos.
Bons acontecimentos e os sentimentos bons que eles proporcionam. Alguns que nos pegam de surpresa, do tipo: estar ouvindo o rádio enquanto faz qualquer coisa não tão importante e de repente aquela sua música preferida começa a tocar, fazendo você ignorar todo o resto se transportar pra alegria que ela te dá. Outros podem ser planejados, como a conquista de um bem material que exigiu esforço e disciplina pra trabalhar e economizar. Há inúmeros exemplos que poderiam ser colocados aqui pra ilustrar a boa sensação que os acontecimentos - sejam eles os mais naturais ou inusitados, trazidos pelo acaso ou planejadamente gerados - nos trazem ao longo da nossa trajetória.
Certa vez, escutei que existem dois tipos de pessoas com as quais vamos nos encontrar em nossa vida: pessoas estrelas e pessoas cometas.
As estrelas são aquelas que estão permanente num determinado lugar. Como aponta a ciência da astrologia elas nascem e morrem, mas tem uma longa permanência e seu papel de astro é desempenhado em sua galáxia. Pessoas estrelas são aquelas fixas em nossa vida. Os pontos de luz que podemos sempre contar que lá estão para compor o mapa que precisamos. Ainda que por algum momento circunstâncias se coloquem entre nos e essas estrelas como nuvens, lá estão as estrelas sempre em seu lugar brilhando e cumprindo seu papel. É como aquele amigo (a) que pode até não aparecer todos os dias, mas tem sempre o mesmo numero de telefone, está sempre online ou em poucos minutos aparece para compor o cenário da sua vida sempre que você precisar. Pode ser também a família que faz com que sua casa seja um lar, pois é um lugar pra onde você pode sempre ir e encontrar suas estrelas presentes.
Existem também as pessoas cometas. São um acontecimento artístico no céu. Aquelas que aparecem, roubam a cena, cativam totalmente a sua atenção por serem um acontecimento único. Não vem pra ficar, mas cumprem seu papel proporcionando o que o destino designou. Pessoas cometas são aquelas que trazem consigo intensidade, pois só acontecem uma vez e logo se esvaem por ai, pela galáxia da vida. Não deixam de existir, apenas continuam sua trajetória veloz e vão acontecer em outro lugar. Podem parecer fugazes, mas o que fazem conquista espaço e em seu flash momentâneo promovem aquilo que pode ser uma lembrança para o resto da vida.
Acredito que uma não é melhor que a outra, todas proporcionam seus acontecimentos positivos. Uma de forma constante como um ponto fixo no céu pra qual você pode sempre olhar e contar, outra passageira, como um presente pra mudar o cenário tornando a vida um pouco diferente do normal e em sua singularidade acrescentar e deixar historia pra contar. O ser humano na sua inconsciente genialidade e capacidade multiforme podem ser ao mesmo tempo constantes para uns e transitório para outros. Tudo depende do espaço o qual recebe pra ser, aliado também com aquilo que tem interesse em ser.
Acho que vale o exercício de pensar qual dos exemplos nos cabe mais. Estrela ou Cometa? Quem são esses em nossas vidas e qual nos somos na vida dos que nos concedem um espaço em seus céus? Pra quem sou um e pra quem sou outro? Nosso repertório é composto pela soma de acontecimentos e a maioria deles vem dessas estrelas e cometas que povoam nosso céu.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A TAL DA MULHER MODERNA: O QUE ELA FAZ? ONDE ELA VIVE? DO QUE SE ALIMENTA? POR QUE É DIFERENTE DA “MULHER ANTIGA”?


Não é difícil deparar-se com uma revista feminina com, logo na capa, um discurso sobre “que roupas você pode usar em tal ocasião”, ou “10 maneiras de enlouquecer ele na cama”, ou ainda “você pode ligar depois do primeiro encontro?”. A mulher moderna lê isso? Ela já não deveria saber que é livre para tomar suas próprias decisões e que não existem fórmulas mágicas?
As revolucionárias da década de 1960 que lutaram por novos direitos e reconhecimento, as que romperam os estereótipos da época, conquistando o mercado de trabalho, fumando, usando calças, discutindo sobre aborto, métodos anticoncepcionais, violência conjugal, sexo e com mudanças na estrutura familiar também eram modernas para a época delas. É injusto dizer que elas estão fora de moda. Hoje, somos uma mulher que compreende, de alguma forma, todas essas que vieram anteriormente.
Tempo, espaço, estilos, crenças, convicções estão vulneráveis a mudanças com grande facilidade e imprevisibilidade, pois tudo é temporário, pode ser modificado antes de se concretizar em hábitos, costumes e verdades. Para homens e mulheres.
A “mulher moderna” é estereotipada para sair dos estereótipos. Ela é mãe, esposa, executiva, dona de casa, cuida da beleza, da saúde, da família. Ela carrega a noção de que para ser bem sucedida significa cumprir uma gama de realizações pessoais, profissionais, familiares, religiosas e educacionais. Toda mulher é realmente assim? Ou quer ser assim?

É uma imagem saturada de que a mulher está sempre cansada, sobrecarregada e trazendo uma insuficiência na vida. A mulher de qualquer época precisa ter a mente aberta, sem se apegar a padrões e sem abraçar dificuldades impostas sem necessidade. No “tempo de nossas avós”, elas traziam dentro de si os mesmo desafios, vontades e conquistas. Ninguém precisa seguir um modelo para ser realizada. A tendência é ser uma mulher atemporal.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

NÃO VIM À ACADEMIA FAZER AMIGOS

Já se vão 30 anos desde que mamãe me viu pela primeira vez e deu aquele sorrisão animado dizendo “tão feia, coitada, mas como já amo”, e posso garantir que o tempo passa rápido, voando, quase tão veloz quanto o movimento que diariamente fazem hoje meus peitos desde o sutiã de que são privados até o geladíssimo chão, onde encostam quase sem estardalhaço, e como eu dizia, já foram 30 anos mas não parece ter sido nem 10.
De modo que, lutando contra a gravidade, a idade, a flacidez e a sordidez do tempo, e tendo começado a batalha bem depois do que deveria, já há um ano corro atrás do prejuízo de cima duma esteira elétrica, e debaixo duma outra dezena de ferros, manivelas, barras e instrumentos diversos que deveriam me deixar gostosa(mas teve uma pausa de uns 6 meses por motivos de doença), mas que, até o presente momento, só têm me feito parecer estúpida e me confirmado desengonçada além do limite tolerável pelo mundo fitness.
Estou longe da Gabriela Pugliese e pertissimo da Betty Faria. De chapada, só minha memória.

Gabriela Pugliese
E, posto que vivo bem com isso, a ida ao templo da saúde, do bem-estar e da beleza acontece sem grandes cobranças, suave, de boa. Empurro minhas coisas, puxo minhas paradas, ajoelho, levanto, e aquilo que chamam de treino corre ausente de trancos ou graves acidentes. No máximo, no máximo, um pesinho de 4 kg caindo no pé, mas nada que no ambulatório não se resolva.
Na academia de ginástica, sou feliz como sou: flácida e impopular.
Driblando a sofrência que envolve fazer muita força e ao mesmo tempo respirar, sigo rumo à medalha olímpica concedida aos que completam o plano anual sem desistir. Confesso que já quis bastante, mas a pressão dos $$$ pingando na conta do banco sempre me faz voltar atrás e vestir a legging. Bate esse whey e toma, garota, coragem.
Sou do tipo que agora malha sem fone, o que denunciaria, das duas, uma, ou minha total abertura a novos contatos, ou minha falta de verba para investir em fones que funcionem por mais de uma semana sem dar defeito. Uma dica: comprei todas as minhas roupas de ginástica no outlet. Sou pobre, não vim aqui fazer amigos.
No entanto o prestativo homem que sabe meu nome (personal Trainer), mas de quem tenho algumas informações além de 1) é homem 2) é prestativo, puxa conversa e, atencioso, quer saber de mim, ahh esqueci do detalhe 3) é meu primo ( rsrs ). Veja, nem eu sei de mim. E, ainda que soubesse, não conseguiria te contar, porque puxar estes 19 quilos e respirar e falar ao mesmo tempo é demais pra mim. Não me levem a mal. É descoordenação, não falta de apreço.
No vestiário lotado, disputo espaço na pia com duas garotas que têm cada uma metade da minha idade e o triplo do meu sex appeal. Tudo bem, sei conviver com isso. Como eu disse, já são 30 anos de conformismo. Só dói um pouco em momentos como quando o carro delas ficam bem na frente visível para qualquer um, que no fundo  por ser sujo e humilde o meu. Mas já resolvi esse problema, estou indo a pé, muito mais saudável.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

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BOA SORTE



quinta-feira, 14 de maio de 2015

PASSARINHO QUER VOAR?


Não há nada no mundo mais revigorante que a visão de um rapaz bonito caminhando em sua direção. Mesmo que seja um desconhecido, rumando ao infinito e além, mas apenas o simples fato de que, uau, como ele é esbelto e vai passar aqui pertinho, ah, isso já muda o dia e alegra a vida. Mas, espera. O que o rapaz bonito está fazendo?? Não. Diga que não é verdade. Não acredito. Você arruinou tudo, moço. Você descompôs tudo. Você, você, você...
... você botou a mão no seu PIRU. Sim. Você estava fazendo tudo direitinho, sendo você, sendo maravilha, mas não dava para aguentar, né? Você TINHA que cutucar suas partes. Na rua. Em público. Sem pudor.
Ninguém aqui está dizendo que seu passarinho não mereça um carinho. Afagar o seu bichinho é coisa que todo dono faz. Mas, olha, agradar um animalzinho desse tipo é coisa pra acontecer em casa.
Compreensível, evidente, que não era esta a espécie de contato que você buscava naquele gesto com que - embora quase gracioso de início - conseguiu aniquilar toda a harmonia mundial em um segundo. Mas é importante explicar que, mesmo o mais sutil toque no seu bilau no meio da rua é coisa das mais indelicadas que existem.
Imagino, sim, que às vezes ter algo pendurado no meio das pernas possa ser deveras incômodo. Possa, como já li em publicações especializadas, repentina e inoportunamente grudar-se a outras partes do corpo, tornando imperativa uma urgente manobra de emergência.
Só que nem esta é uma boa justificativa. Porque, veja só, quando há, por exemplo, uma meleca bloqueando sua respiração, você enfia o dedo na narina para brutalmente removê-la, não se importando com o mundo que gira à sua volta? Óbvio que não. Mesma coisa com o fiapo de carne pendurado em seu dente, incômodo à beça, mas que só no banheiro, escondido da humanidade, será deposto e devidamente engolido em reparação.
Com seu bigulim deveria ser a mesma coisa, e não do jeitinho singelo que você faz, METENDO A MÃO no meio das pernas como se o amanhã não houvesse, como se a rua apenas sua fosse, e como se eu e todo mundo que passa obrigados fôssemos a te ver ajeitando as bolinhas melhor dentro da cueca box.
Ou coçando as coisas, que eu, bem da verdade, não sei exatamente qual a intenção de seu tão sutil gesto – e não me corrija nem me informe, que, juro, não preciso desta informação para seguir a vida.
A única coisa que preciso, reafirmo, é que você pare de mexer aí embaixo. Ou, melhor, que mexa só quando ninguém estiver olhando – e, acredite, na rua SEMPRE tem alguém olhando. De modo que, para acarinhar seu pet de maneira anônima e segura fora de casa, o único jeito é se trancar no banheiro sozinho, bonito, no conforto. Como fazem as meninas na hora de ajeitar a calcinha que escorrega lá pra dentro e incomoda.
Espero muito reencontrá-lo na rua, rapaz bonito, de maneira extrema e promissora. Só me jure, pelamor, que desta vez manterá as mãos sempre à vista, de preferência segurando, no máximo, o corrimão brilhante de uma escada.
Fica a dica, as mulheres agradecem pela delicadeza rapazes!
Como já disse não precisamos ver essa cena!

terça-feira, 21 de abril de 2015

SUSPENDERÃO OS JARDINS DA BABILÔNIA, SEGUINDO A LÓGICA DOS DESCONTENTES, SERÁ QUE AS NOVELAS DEVEM MESMO RETRATAR A REALIDADE E QUE SÃO RESPONSÁVEIS PELO RUMOS DO COMPORTAMENTO SOCIALl? É A VIDA QUE IMITA A ARTE?

Pela primeira vez na história o horário nobre da Rede Globo está realmente ameaçado. Entre canais pagos, séries americanas e seus poucos concorrentes no canais abertos, a emissora vinha resistindo heroicamente com altos índices de audiência. Até que começou a crise da novela Babilônia.
O drama todo permeia diante da falta de retidão e cumprimento dos “bons costumes” dos personagens da novela, que dariam mau exemplo às famílias brasileiras. Mas péra, quando que alguma novela foi politicamente correta?
Até onde me recordo, as novelas consistem basicamente em uma mocinha tentando ser feliz, e uma vilã valendo-se de todas as mais terríveis artimanhas para tomar/ arruinar o que é seu. Ao menos novelas costumavam ser assim, pois é necessário um enredo, uma problemática, para haver história.
Eu nem quero entrar no mérito da “instituição familiar”, até porque a família, desde que me conheço por gente, já aderiu tantas variáveis quanto possível. Meus pais continuam casados e comemoraram 35 anos de casamento, mas definitivamente não é o usual. Os beijos gays já geraram grandes expectativas, causaram frisson inúmeras vezes nas novelas brasileiras, foram prontamente aceitos no BBB14, levando a sister Vanessa à campeã da edição. Não parece haver motivo para a histeria inicial retornar, até porque os selinhos trocados pelo casal de idosas apareceram como um ato de carinho, sempre contextualizados e em segundo plano em relação ao enredo e não mais como chamarizes sensacionalistas para captar novos espectadores. Preguiça de retroceder nessas discussões que já ficaram no ano passado, quando todos torceram pela felicidade do Félix com o sushiman Niko no final de Amor à Vida.
Mas tem algo que está me incomodando nessa discussão toda: Afinal, novela é um entretenimento ou uma história da vida real? É ficção ou deve estar alinhada a uma realidade nua e crua do nosso cotidiano? É a arte que imita a vida, ou a vida que imita a arte?

Porque veja bem quantas novelas fantasiosas já foram veiculadas, e o retorno da Cora repaginada em Império taí para não nos deixar mentir. Pode ser que a novela Babilônia não tenha engrenado pela chatice da mocinha protagonista sem sal e barraqueira de carteirinha, realmente olhar uma novela sem ter por quem torcer é bem frustrante. Agora dizer que a rejeição vem das suas abordagens caricatas e personagens ou muito bonzinhos, ou muito malvados, que passam longe da vida real é uma asneira. As novelas sempre foram assim.
Eu não entendo daonde veio isso, porque a novela tem que necessariamente retratar a vida real? Geralmente as histórias, especialmente as “novelísticas”, são nutridas de exageros, da exaltação de esteriótipos, encontros arranjados e soluções fora da realidade. É justamente essa a graça dos grandes folhetins. Mas se for pra falar do contrário, bom, a novela Avenida Brasil era cheia de terríveis realidades, ódio, vingança e violência, na qual a maldade era a verdadeira protagonista, e ainda assim foi o maior dos sucessos.
Agora, sem aviso prévio, a sociedade resolve se encher de exacerbados pudores e rejeita as histórias que sempre foram grandes clássicos. Histórias de amor, de vingança, de possessão, de discórdia familiar. Babilônia fala exatamente sobre isso: amor, inveja, compaixão, força. Todo aquele clichezão de sempre.
Sim, nos espelhamos nas novelas em relação à moda, música e jargões. Uma vez ouvi do diretor Jayme Monjardim em uma palestra que o público das novelas quer ver riqueza e sonhar com uma vida inatingível. Quem vê novela quer a cor do batom ou do esmalte de tal personagem, a roupa que outra usa, ou o sofá de uma casa cenográfica, e daí pode ser da vilã ou da mocinha, o que importa é que é bonito.
Mas, além disso, as novelas estimulam principalmente discussões e reflexões diante de temas atuais. E parece que essa rejeição que recai sobre a novela Babilônia está mesmo beirando a censura, uma vez que barra importantes debates sobre sexualidade, homossexualidade, prostituição, violência e ateísmo.
Independente da abordagem da novela, não se pode garantir que as pessoas vão transformar seu caráter e suas vidas e desgraçar suas famílias por influência de um folhetim. Esse tipo de afirmação apenas subestima o pensamento crítico do espectador. Não me parece sensato atribuir à novela toda essa responsabilidade sobre a educação.
Se fosse pelos motivos apontados, relativos à deterioração de valores morais e "bons costumes", personagens nem tão "certinhos" assim jamais teriam se sobressaído. O livro 50 Tons de Cinza não estaria levando a mulherada ao êxtase, o matador justiceiro Dexter não seria um anti-herói queridinho e a série Back is the New Orange jamais faria o sucesso estrondoso que fez. Dentro da Globo, emplacou o matador de mocinhas na pele do agora cafetão Bruno Gagliasso da minissérie Identidade e a garota de programa Danny Bond de Felizes para Sempre que surge para sacudir o relacionamento de um casal em crise. As pessoas buscam esses esteriótipos, sim. Então, o que há de errado com Babilônia, afinal?
Existe cada vez mais essa exigência para que as novelas sejam politicamente corretas, sem vilões, sem violência, sem sexo ou bebidas alcoólicas, onde todo mundo é “perfeito” e feliz. No fim das contas, os autores preferiram mudar a história a entrar na briga com seu público. Alias, parece que é uma tendência mundial e os vilões perderam seus postos até nos clássicos Disney, a qual está reformulando suas histórias para mostrar um lado, digamos, mais humano das criaturas do mal. Vide Malévola.

Gerações inteiras vibraram, se emocionaram e sobreviveram às histórias com vilãs malignas a la Odete Roitman sem virar pessoas perversas ou com problemas de caráter por conta disso. E isso acontece justamente porque são apenas histórias, e histórias não necessariamente refletem a vida real. Ninguém é tão bonzinho como as mocinhas, nem tão malvado como os vilões das histórias. Nem tão raso como seus personagens. O ser humano é muito mais complexo do que isso.
O papel da TV é trazer informações, entreter, interagir. Histórias podem, sim, ser politicamente incorretas e podem, acima de tudo, apresentar realidades diversas. O maniqueísmo também é um clássico e não é necessariamente ruim. Além do mais, nem tudo no mundo são flores e acontece da melhor forma, só que nas novelas, se não pegarem o ladrão, tá errado!
Assim como nos filmes, na vizinhança ou qualquer outro cenário q nos distancie do meio em que vivemos, as novelas nos mostram outras possibilidades, a realidade não é estática, e as nossas escolhas continuarão dependendo apenas de nós mesmos. Não dá pra ser tão ingênuo a ponto de dizer que as pessoas são influenciadas cegamente pela TV, no máximo terão novas informações sobre assuntos distantes da sua realidade atual e poderão repensar o rumo de suas vidas diante disso.
O público só quer boas histórias, quer se emocionar, sentir, torcer pelos personagens, ter um momento de descontração. E, especialmente, ter contato com o diferente, uma válvula de escape. Esperar retidão nas novelas só serve pra deixar tudo muito chato. Apenas parem!